Bandulino

"Brasileirinho"

Grandes encontros do choro contemporâneo.

Mika Kaurismäki - 2005

90 min.

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Bandulino: Martinho Campos, Minas Gerais, Brazil; A mais tradicional banda da Abadia. Fundada por Paulino Luiz de Freitas (Lino) e amigos, a "Bandulino" tem mais de 50 anos de história carnavalesca, embalada ao som de sambas, frevos e marchinhas. Composta por grandes músicos filhos de uma terra tradicionalmente musical... entre eles, nomes como José Benedito, Antônio Bizurrim, José Salaizim de Souza, e tantos outros. Hoje conta com seu fundador e mais três gerações de descendentes, todos participando direta ou indiretamente, além de ser ilustrada por uma série de agregados, não menos importantes, muito bem acolhidos pela banda durante sua trajetória.

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O início - Jazz Band União

Carnaval em Abaeté fim dos anos 40. Da esquerda para a direita: (no alto) percussionista de Abaeté, Chico da Bárbara, Mauri Inhambu, Joaquim Inhambu, Chiqueta; (abaixo) Zezé do Viana, Dito, José Benedito e Lino. Ao centro, pequena foliã.

"Quanto riso, oh! Quanta alegria..." (Um pouco de história)

A foto acima traz a Jazz Band União, na qual Paulino Luiz de Freitas, o Lino, em 1945 começa a tocar nos bailes de carnaval. Posteriormente, junto com amigos e parceiros musicais, dá continuidade à banda, sendo até hoje seu maior incentivador.

As primeiras viagens da banda, para animar os carnavais pelas redondezas de Martinho Campos, não eram fáceis. Eram feitas de caminhão ou jardineira (em estradas de terra) ou trem (E.F.O.M.), este teve extinta sua estação no município em 1.964. Nestas longas viagens férreas (de Martinho Campos a Divinópolis, por exemplo, podia se gastar mais de dez horas), a banda não desafinava e animava os vagões de passageiros. Desta maneira, o nome da banda ficou conhecido em diversas cidades do Centro Oeste de Minas, principalmente na micro-região do Alto São Francisco. Num raio de, aproximadamente, 100 km não havia cidade que não desejasse ter os músicos de Martinho Campos para o seu carnaval. Como prova do prestígio dos moços, há casos em que a banda se subdividiu para realizar o carnaval, simultaneamente, em diferentes cidades como Dores do Indaiá, Abaeté e Pitangui. Sempre presente nos matinês e nos bailes dos clubes, a banda por muitos anos animou o carnaval dos seguintes locais: Abaeté Clube e Nosso Clube (Abaeté); Dorense e Zacarias (Dores do Indaiá); Pitangui Clube (Pitangui); Associação Atlética (Bom Despacho); além de ter tocado em outras cidades como Pompéu, Divinópolis e Pará de Minas.
Com os anos de estrada, a orquestra carnavalesca foi denominada pelos populares e foliões como "Banda du Lino" ou Bandulino (também com referência ao Bandolim - instrumento musical muito utilizado como solista nos choros brasileiros e em alguns sambas).

O mais curioso é que a banda de Martinho Campos fazia o folia da redondeza, mas sem o compromisso de fazer carnaval na sua própria cidade. Foi quando Lino, em 1960, resolveu que a banda deveria animar o povo do município. Com os anos, consolidou-se como o tradicional carnaval da "Badia", realizado no ginásio do Colégio Nossa Senhora da Abadia, embalado pela Bandulino e pelos saudosos blocos carnavalescos.